Desta segunda-feira (20/01), Donald Trump tomou posse para o segundo e último mandato como presidente dos Estados Unidos. A volta do polêmico empresário e político à Casa Branca movimentou as redes sociais e tornou-se tema central das análises de influenciadores especializados em política internacional.
A perspectiva para esse segundo mandato é de uma administração ainda mais conservadora do que a primeira. Trump sinalizou sua intenção de fortalecer valores morais e consolidar um Estado mais forte, alinhado à sua base eleitoral. Uma das prioridades é o combate à inflação, o que pode levar a uma reconfiguração das relações comerciais com outros países. Ao mesmo tempo, é esperado que o novo governo amplie incentivos à indústria e ao agronegócio americano, buscando consolidar a hegemonia econômica dos EUA no cenário global.
Com a experiência adquirida em seu primeiro mandato, Trump retorna à presidência com maior compreensão sobre os limites e possibilidades do cargo. Observadores preveem que ele terá uma relação mais pragmática com o Congresso, buscando alinhamentos para aprovar suas propostas. Ao mesmo tempo, espera-se um discurso mais agressivo e uma postura expansionista nas negociações internacionais, refletindo sua visão de consolidar os Estados Unidos como a principal potência global.
No que diz respeito à relação bilateral com o Brasil, não são esperadas mudanças radicais de imediato. Trump deve adotar uma abordagem diplomática fria e cautelosa com o governo Lula, enquanto busca estreitar laços com outros países sul-americanos, como a Argentina. O presidente argentino, Javier Milei, alinhado ideologicamente a Trump, é visto como um aliado estratégico para a implementação de uma agenda mais conservadora na região. Essa estratégia pode incluir apoio indireto a movimentos políticos conservadores no Brasil, visando influenciar o cenário eleitoral de 2026.
A posição de Trump também evidencia sua preferência por líderes que compartilhem sua visão de políticas econômicas progressistas em termos de fortalecimento da indústria nacional, mas que adotem uma abordagem conservadora em temas de segurança e soberania. Ao priorizar o apoio à Argentina e fortalecer a liderança regional de Milei, Trump busca criar um contrapeso ao governo brasileiro, ampliando sua influência política na América do Sul.
No cenário interno dos EUA, a segunda administração Trump promete manter um foco intenso em questões que mobilizam sua base eleitoral, como o controle da imigração, a segurança nacional e a reforma do sistema tributário. A aproximação com setores conservadores e religiosos deve reforçar sua agenda em temas como educação e direitos civis, enquanto sua postura frente à política externa tende a ser marcada por acordos bilaterais que favoreçam diretamente os interesses americanos.
A posse de Donald Trump marca não apenas a continuidade de um projeto político, mas também uma reafirmação de sua visão de mundo. Os desdobramentos de suas escolhas políticas tanto nos EUA quanto no cenário internacional serão acompanhados de perto, especialmente em um momento de transições globais e de busca por novas lideranças no mundo ocidental.
Rodrigo da Matta é jornalista e radialista
